sábado, 5 de julho de 2008

PARTICIPE DOS ENCONTROS ESP®-CE


O ESP® é uma rede nacional e internacional de encontros Pagãos, que tem como objetivo ser norteador e promover a união da comunidade pagã onde os eventos ocorrem mensalmente em varias regiões do País e Europa.

O encontro é um momento de troca de idéias, rodas de conversas, palestras, pic-nics fazendo do evento um excelente espaço de confraternização. O ESP® não tem o objetivo de criar Covens, grupos de estudo ou círculos, nem criar relação com pessoas físicas ou jurídicas, sua única ligação institucional é com o Projeto Gaia Paganus® (PGP®) que é o idealizador do ESP®.

No nosso estado estamos organizando oficialmente o ESP®-CE que estará sendo realizado no dia 28/06/2008. Seu primeiro encontro, que contará com a participação de Arian Badb, Sacerdotisa da Tradição Diânica do Brasil e coordenadora da ABRAWICCA Fortaleza, e tem na coordenação do ESP®-CE Tyw Dulac que é membro dos Tuatha Dulac e Bel um dos coordenadores do Jornal Pergaminho Pagão.

É importante lembrar que antes havia um grupo que freqüentemente reunia-se no Parque Adail Barreto, composto por Tyw Dulac e Bel, tínhamos ainda Lello, Guilherme, Eduardo e Lithah, amigos que contribuem com o jornal Pergaminho Pagão e com o ativismo Pagão no Estado, este grupo já havia realizado encontros com o mesmo caráter do ESP®-CE, mas as atividades não foram oficializadas com a coordenação do PGP® e só agora estamos iniciando e oficializando o 1° ESP®-CE e somos gratos a todas essas pessoas que diretamente contribuem para o fortalecimento e desmistificação das culturas pagãs, em especial agradecer o apoio da Hellenah Fryggah, representante do PGP® e do ESP®BR, pelo seu apoio no Encontro Social Pagão®-Ceará.

Lembramos que os ESP®-CE não têm o objetivo de centralizar suas atividades somente em Fortaleza, somos abertos a todo o território estadual, os interessados em realizar o ESP®-CE em sua cidade é só entrar em contato com a coordenação regional. Lembrando que todas as atividades são abertas a qualquer público e são inteiramente grátis.


Texto: Belchior Torres-Bel (Jornal PERGAMINHO PAGÃO 3° edição)


terça-feira, 10 de junho de 2008

PAGÃOS DA CAATINGA



Dentre a diversidade cultural do paganismo temos algumas explicações teóricas que compravam os motivos e formas que determinadas culturas tinham de cultuar a terra, um deles é a característica regional...

É de estrema importância para um pagão valorizar seu clima, e as relações dos astros no seu ecossistema, a interferência dos astros nas plantas e animais da sua região; É através desde conhecimento que muitas culturas elaboram seus ritos e celebrações, no meu caso a CAATINGA é o ecossistema em que vivo, e é na sua diversidade que contemplo e celebro os Deuses.

Sinto-me à-vontade falando nesse ecossistema não só por ser pagão desta região, mais pelo fato de Quixadá, minha cidade, ter sito escolhida pelo IBAMA como cidade representativa deste bioma.

Caatinga (do Tupi-Guarani: caa (mata) + tinga (branca) = mata branca)

É o único bioma exclusivamente brasileiro, rica em biodiversidade e vegetação nativa do próprio ecossistema, e bastante heterogênea.

A vegetação da caatinga é adaptada às condições de aridez (xerófila). Quanto à flora, foram registradas até o momento cerca de 1000 espécies, estimando-se que haja um total de 2000 a 3000 plantas. Com relação à fauna, esta é definhada, com baixas densidades de indivíduos e poucas espécies endêmicas (nativas). Apesar da pequena densidade e do pouco endemismo, já foram identificadas 17 espécies de anfíbios, 44 de répteis, 695 de aves e 120 de mamíferos, num total de 876 espécies animais, pouco se conhecendo em relação aos invertebrados. Descrições de novas espécies vêm sendo registradas, indicando um conhecimento botânico e zoológico bastante precário deste ecossistema, que segundo os pesquisadores é considerado o menos conhecido e estudado dos ecossistemas brasileiros.

Além da importância biológica, a caatinga apresenta um potencial econômico ainda pouco valorizado. Em termos forrageiros, entre as de potencialidade frutífera, entre as espécies medicinais.

Porém, este patrimônio nordestino encontra-se ameaçado. A exploração feita de forma extrativista pela população local, desde a ocupação do semi-árido, tem levado a uma rápida degradação ambiental. Segundo estimativas, cerca de 70% da caatinga já se encontra alterada pelo homem, e somente 0,28% de sua área encontra-se protegida em unidades de conservação. Estes números conferem à caatinga a condição de ecossistema menos preservado e um dos mais degradados conforme o biólogo Guilherme Fister explicou em um recente estudo realizado na Universidade de Oxford.

Dentro destas condições convido as todos os leitores a se sensibilizarem, procurem conhecer sobre o bioma da sua região, em especial conhecer mais sobre o ecossistema Caatinga que é exclusivamente brasileiro e também pouco estudado, lutem pela preservação do ecossistema onde vocês moram, é através da natureza local que a Grande Mãe se relaciona com os filhos dos mais diversos ecossistemas.

[Belchior Torres]

domingo, 8 de junho de 2008

"PAGANISMO"


O paganismo é, na verdade, uma cultura, tal como a Cultura Oriental, Cultura Ocidental, Cultura Aborígine, etc, etc. E, como toda cultura, ele também tem uma espiritualidade típica (que podemos chamar, antropológica e sociologicamente, de "religiosidade") que pode se traduzir em diferentes religiões. Mas o Paganismo em si, não é uma religião. O correto seria falarmos que a Wicca, a Bruxaria Italiana, a Bruxaria Ibérica (para ficar em poucos exemplos) são religiões (ou caminhos iniciáticos) pagãs, ou seja, religiões que manifestam a cultura pagã.

O conceito actual, sinônimo de politeísta, de "idólatra", de "não crente" em Cristo, procede da época imperial Romana, na qual, o cristianismo se converteu em religião oficial do Império.

Do latim "paganus": Literalmente, "homem do campo", "camponês" ou "aldeão".

A origem de seu nome já define exatamente no que consiste a fé,forma de vida e credo de um pagão. Ao respeito e valorização da natureza.

Por sua raiz paleolítica, dos tempos de grupos nômades de caçador-coletores, a principal característica é, sem dúvida, uma forte ligação a terra, à natureza, tida como sagrada e viva.Por isso, a cultura pagã tem uma relação mágica com a natureza, o que inclui a sexualidade.

Religiosidade:

Dos pontos comuns a todas as sociedades da Cultura Pagã, surgem as características das religiões pagãs, ou seja, dos esquemas que dão forma e concretizam à espiritualidade pagã. Talvez possamos listar, com pouca margem de erros, as seguintes:

Talvez a principal característica da religiosidade pagã seja a radical imanência divina, ou seja, ela se encontra na própria Natureza (o que inclui os humanos), manifestando-se através de seus fenômenos.

  1. A ausência de dualismo, ou seja, não têm noções de opostos e/ou complementares (bem x mal, céu x inferno, matéria x espírito, etc, etc).
  2. A ausência desse dualismo também leva à ausência da noção de pecado, inferno e “mau” absoluto. Como a relação com os deuses é sempre pessoal e direta, a idéia de uma afronta à divindade é tratada também pessoalmente, ou seja, entre o cidadão e a Divindade ofendida. Assim, sem noção de pecado, também não há noção de inferno.
  3. A sacralidade da Terra também levou à ausência de templos, o que, no entanto, não impede a noção de Sítios Sagrados, em geral bosques, poços ou montanhas.
  4. O calendário religioso se confunde com o calendário sazonal e agrícola, o que lhe confere um caráter de fertilidade. Portanto, as festividades acontecem nos momentos de mudança e auge de ciclos naturais.
  5. Essas relações pessoais humanos-deuses, leva à ausência de dogmatismos e/ou estruturas religiosas padronizadas, havendo, pois, uma grande liberdade de culto: cada cidadão tem liberdade de cultuar dos Deuses em sua casa, da forma que desejarem. Basicamente, é uma religiosidade doméstica ou de pequenos grupos com laços de sangue ou de compromisso. No entanto, os Grandes Festivais são sempre rituais comunitários, pois comprometem todos os membros da comunidade.
  6. A relação mágica com a Natureza obviamente se traduz numa religiosidade mágica.
  7. A sacralidade da Natureza torna todas as religiões pagãs em religiões de comunhão, ou seja, que não visam dominar a Natureza, mas harmonizar-se com ela. Por isso, também são religiões intuitivas e emocionais. Em geral, os pagãos não "pensam" sobre sua espiritualidade; eles simplesmente a vivenciam.
  8. O respeito aos ancestrais e o tradicionalismo que isso implica, faz das religiões pagãs uma experiência de continuidade na egrégora ancestral, ou seja, a repetição dos mesmos ritos, na mesma época, cria a união mística com todos
  9. aqueles que já celebraram antes. Nesse momento, o tempo é rompido e se estabelece uma relação mágica com ele também: a repetição do rito torna presente o momento primevo de sua realização e todos aqueles que, ao longo dos séculos, dele tenham participado.
  10. A perspectiva cíclica do tempo dá a certeza do eterno retorno. Embora alguns povos tenham desenvolvido a idéia de um "Outro Mundo", a vida pós-morte nunca foi um ideal pagão, pois isso significaria ficar fora do ciclo e, portanto, da comunidade. Assim, o "Outro Mundo" (para aqueles que desenvolveram essa idéia) será apenas uma passagem entre uma vida e o renascimento. O encontro com a Deidade se dá sempre na comunhão com a Natureza, e não no Outro Mundo.

Obviamente, diferentes povos da Cultura Pagã desenvolveram suas liturgias e costumes religiosos típicos, locais e ancestrais, o que pode aparecer como "diferenças" entre religiões. No entanto, essas características básicas permanecem, pois são típicas do Paganismo.

Texto: Origem Wikipedia (adaptação Belchior Torres)