terça-feira, 10 de junho de 2008

PAGÃOS DA CAATINGA



Dentre a diversidade cultural do paganismo temos algumas explicações teóricas que compravam os motivos e formas que determinadas culturas tinham de cultuar a terra, um deles é a característica regional...

É de estrema importância para um pagão valorizar seu clima, e as relações dos astros no seu ecossistema, a interferência dos astros nas plantas e animais da sua região; É através desde conhecimento que muitas culturas elaboram seus ritos e celebrações, no meu caso a CAATINGA é o ecossistema em que vivo, e é na sua diversidade que contemplo e celebro os Deuses.

Sinto-me à-vontade falando nesse ecossistema não só por ser pagão desta região, mais pelo fato de Quixadá, minha cidade, ter sito escolhida pelo IBAMA como cidade representativa deste bioma.

Caatinga (do Tupi-Guarani: caa (mata) + tinga (branca) = mata branca)

É o único bioma exclusivamente brasileiro, rica em biodiversidade e vegetação nativa do próprio ecossistema, e bastante heterogênea.

A vegetação da caatinga é adaptada às condições de aridez (xerófila). Quanto à flora, foram registradas até o momento cerca de 1000 espécies, estimando-se que haja um total de 2000 a 3000 plantas. Com relação à fauna, esta é definhada, com baixas densidades de indivíduos e poucas espécies endêmicas (nativas). Apesar da pequena densidade e do pouco endemismo, já foram identificadas 17 espécies de anfíbios, 44 de répteis, 695 de aves e 120 de mamíferos, num total de 876 espécies animais, pouco se conhecendo em relação aos invertebrados. Descrições de novas espécies vêm sendo registradas, indicando um conhecimento botânico e zoológico bastante precário deste ecossistema, que segundo os pesquisadores é considerado o menos conhecido e estudado dos ecossistemas brasileiros.

Além da importância biológica, a caatinga apresenta um potencial econômico ainda pouco valorizado. Em termos forrageiros, entre as de potencialidade frutífera, entre as espécies medicinais.

Porém, este patrimônio nordestino encontra-se ameaçado. A exploração feita de forma extrativista pela população local, desde a ocupação do semi-árido, tem levado a uma rápida degradação ambiental. Segundo estimativas, cerca de 70% da caatinga já se encontra alterada pelo homem, e somente 0,28% de sua área encontra-se protegida em unidades de conservação. Estes números conferem à caatinga a condição de ecossistema menos preservado e um dos mais degradados conforme o biólogo Guilherme Fister explicou em um recente estudo realizado na Universidade de Oxford.

Dentro destas condições convido as todos os leitores a se sensibilizarem, procurem conhecer sobre o bioma da sua região, em especial conhecer mais sobre o ecossistema Caatinga que é exclusivamente brasileiro e também pouco estudado, lutem pela preservação do ecossistema onde vocês moram, é através da natureza local que a Grande Mãe se relaciona com os filhos dos mais diversos ecossistemas.

[Belchior Torres]

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